cover
Tocando Agora:

Reativação da ferrovia Varginha-Lavras volta a ser discutida; edital deve ser publicado neste ano

Trecho de ferrovia entre Varginha, Três Corações e Lavras deve ser reativado Representantes de prefeituras do Sul de Minas e empresários participaram nas ú...

Reativação da ferrovia Varginha-Lavras volta a ser discutida; edital deve ser publicado neste ano
Reativação da ferrovia Varginha-Lavras volta a ser discutida; edital deve ser publicado neste ano (Foto: Reprodução)

Trecho de ferrovia entre Varginha, Três Corações e Lavras deve ser reativado Representantes de prefeituras do Sul de Minas e empresários participaram nas últimas semanas de uma reunião no Ministério dos Transportes, em Brasília, para tratar da reativação da ferrovia que liga Varginha a Lavras (MG). O governo federal informou que um edital de chamamento público deve ser publicado ainda neste semestre. 📲 Siga a página do g1 Sul de Minas no Instagram O trecho Varginha–Três Corações–Lavras faz parte da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), administrada pela VLI, mas está desativado desde 2009. Inicialmente, o objetivo é retomar o transporte de cargas, mas há propostas também para transporte de passageiros e turismo ferroviário. O secretário de Desenvolvimento Econômico de Varginha, Henrique Touguinha, disse que a proposta inicial é de uma outorga de autorização para exploração privada. “Nesse chamamento, Varginha está incluído e não tem como ficar de fora esse trecho Varginha-Lavras. Isso é uma certeza que nós temos. Agora, aonde ele vai passar, de onde ele vai partir, aonde será essa estação de carga, isso ainda não está definido. O que o Ministério sinalizou é que seja uma outorga de autorização por 99 anos. Se não houver interessados, aí sim abre-se para uma concessão pública”, explicou. Reativação da ferrovia Varginha-Lavras volta a ser discutida; edital deve ser publicado neste ano Seinfra / Divulgação Para o engenheiro civil e especialista em infraestrutura de transportes Fernando Paulo Caneschi, a retomada enfrenta dificuldades estruturais. “Isso gera muito impacto. Tentar reativar esse local é, entre aspas, paralisar tudo que já existe ali hoje. Tem questões de segurança envolvidas, questões técnicas. A gente já tem um pavimento rodoviário em cima de um antigo pavimento ferroviário. E com isso a gente precisa refazer aquele pavimento para que o trem consiga fluir por ali”, explicou. Projetos paralelos O empresário Alex Marques, diretor do Circuito Ferroviário Vale Verde e da Ferrovia Sul Mineira, acompanha o processo há anos e defende que o projeto inclua transporte de passageiros. “Podemos colocar VLT, que é o transporte de passageiros, intercidades, que é de Varginha a Três Corações, por exemplo. Criando na 381 uma rodoferroviária, isso vai dar uma atenção muito grande para as duas cidades, melhorando o trânsito e abrindo espaço para o turismo ferroviário”, disse. Já para o empresário Cleber Marques de Paiva, a reativação trará benefícios econômicos para o escoamento de cargas do Porto Seco Sul de Minas. “O trem tem uma preferência muito grande nos portos, então vai dar agilidade e uma redução de custo, chegando aí a uns 30, 40% caso a linha chegue até Varginha”, afirmou. Mapa de como seria o transporte do café por trem entre Varginha (MG) e Angra dos Reis (RJ) Reprodução/Porto Seco Preocupação de moradores No bairro rural do Juriti, em Varginha, a possível retomada tem gerado insegurança em famílias que vivem às margens da linha. O jardineiro Paulo de Tarso, que mora a menos de 10 metros dos trilhos com a esposa e quatro netos, disse temer perder a casa. “Eu quero a minha casa, que aí eu cuido dos meus netos e fico de boa com isso. Todo ano vem essa febre, todo ano vem. Aí vamos ver se agora vai vir, se vai ressarcir nós, que aí nós fica tranquilos”, afirmou. Segundo o advogado Rômulo Azevedo Ribeiro, que representa moradores da região, é possível chegar a um entendimento sem prejudicar as famílias. “Não é vontade deles deixar as suas casas. Claro que não. Mas eles não vão colocar nenhum impedimento, desde que sejam respeitados. Que as famílias sejam respeitadas, que o direito à moradia seja respeitado, que o direito constitucional ao seu patrimônio seja respeitado. Havendo um diálogo, certamente chegaremos a um denominador comum”, disse. O Ministério dos Transportes confirmou que o trecho Varginha-Lavras está incluído no edital, mas ainda não definiu os pontos exatos de operação, como estação de carga e áreas de passagem. Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas